As ocorrências dermatológicas constituem uma das maiores razões de visita dos animais à rotina clínica, pois são facilmente percebidos pelos tutores.
A Atopia ou Dermatite Atópica é uma dermatopatia inflamatória e com prurido em cães geneticamente predispostos, ou seja, tem fundo genético.
Ela apresenta alta incidência em cães, é crônica e recorrente.
Por se tratar de uma desordem genética, não tem cura, mas tem controle eficaz a partir de um diagnóstico preciso.
Ela pode apresentar maiores sintomas clínicos em determinadas épocas do ano.
Diversos autores relatam o período de meses mais quentes como aqueles em que ocorre agravamento dos sintomas.
O prurido é o primeiro e mais duradouro sinal clínico, podendo ser discreto a moderado, generalizado ou localizado. Infecções secundárias decorrentes desse sintoma podem aparecer, agravando o quadro.
É comum a visualização de máculas, pústulas, hiperpigmentação e edema.
Sintomas relacionados com sistema respiratório, distúrbios urinários e gastrointestinais também podem estar presentes.
Essa afecção tem etiologia multifatorial, relacionada com problemas na barreira tegumentar, reatividade exacerbada cutânea ou a alérgenos ambientais/aéreos, irritantes e alimentares (também conhecido como trofoalérgenos).
De forma geral, tem características específicas e está ligada à produção de IgE específico contra os alérgenos.
Os alérgenos mais comuns são ácaros de poeira (pó domestico), pólen (árvores, gramíneas), sementes de gramíneas, esporos de bolor, descamações, insetos (pulgas) e fungos leveduriformes (Malassezia spp).
Estima-se que entre 3% e 15% dos casos de prurido e piodermatites devem ser suspeitos de dermatite atópica.
Dermatites causadas por parasitos, em especial a causada pela saliva de pulga, conhecida como Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP).
Como já disse anteriormente, as dermatites alérgicas representam uma proporção significativa nos casos atendidos na rotina de cães e gatos.
Na verdade, não é a picada que causa a reação, mas os componentes salivares da pulga que desencadeiam um processo inflamatório e vários componentes alérgicos são liberados.
A saliva da pulga é irritante e alergênica, contêm enzimas, polipeptídeos, aminoácidos e compostos aromáticos, que podem gerar no animal os seguintes mecanismos imunopatogênicos: reação de hipersensibilidade imediata mediada por IgE, reação de hipersensibilidade retardada, infiltração basofílica.
O padrão de exposição às pulgas influencia no desenvolvimento ou não da dermatite, além da predisposição genética individual.
Cães expostos continuamente desenvolvem tolerância imunológica. Por outro lado, se cães com exposição constante passam a ter exposição intermitente, pode desenvolver hipersensibilidade, indicando que a tolerância se perde.
É muito importante distinguir a dermatite causada pela picada da pulga e a dermatite alérgica à saliva de pulga.
A primeira varia a gravidade de acordo com a quantidade de parasitos que o animal hospeda, já a segunda, não existe correlação entre o número de pulgas e a sintomatologia observada.
O quadro de prurido, não sazonal, com consequente auto traumatismo é o sinal clínico mais presente.
Esse prurido é variável com o status imunitário do animal, quantidade de antígeno inoculado, tratamentos prévios e presença de outras dermatites.
As lesões de pele são concentradas comumente no abdômen, zona dorso lombar e região dorsal da base da cauda.
Alguns animais muito sensíveis podem desenvolver lesões generalizadas, principalmente, quando apresenta uma dermatite atópica ou hipersensibilidade alimentar associada.
Alguns sinais clínicos adicionais incluem anemia, eosinofilia, perda de peso ou de condição corporal e infecção por Dipylidium caninum.
O diagnóstico de doenças de pele é muitas vezes difícil devido à semelhança clínica entre as várias dermatites.
Alguns diagnósticos diferenciais são: atopia, alergia alimentar, sarna sarcóptica, hipersensibilidade medicamentosa ou parasitos, além de foliculites.
O diagnóstico envolve exame físico rigoroso, histórico e observação direta das pulgas e/ou ovos na pele e no pelo, principalmente no abdômen ventral e região perineal.
Muitos cães alérgicos à saliva de pulga têm pouquíssimas pulgas, porque a atividade excessiva de limpeza remove esses ectoparasitos e os indícios da sua presença.
O diagnóstico definitivo acaba sendo dificultado, devido à quantidade de diagnósticos diferenciais e aos testes rotineiramente utilizados com extrato bruto da pulga, com a saliva representando menos de 0,5% do total.
Entretanto, o TECSA Laboratórios dispõe de um teste de ELISA (HESKA®) que mensura in vitro, a partir do soro do animal, IgEs específicos contra a saliva de pulga, de forma altamente sensível e específica, oferecendo a vocês clínicos uma ferramenta na investigação diagnóstica dessa enfermidade tão importante.
Dermatite Atópica!
Os problemas dermatológicos são de grande preocupação por parte dos tutores, uma vez que qualquer alteração na pele, são facilmente percebidos.
A dermatite atópica é uma doença altamente pruriginosa, crônica e recorrente. Tem etiologia multifatorial, mas sabe-se que a fisiopatologia está relacionada a mutações genéticas que conduzem a alterações e sinais correlacionados.
Os animais desenvolvem o quadro clínico a partir da sensibilização a alérgenos ambientais em reações de hipersensibilidade do tipo I, mediada por IgE – através da degranulação de mastócitos.
Após uma prévia sensibilização do animal ao alérgeno, este liga-se aos IgEs presente nas células inflamatórias, desencadeando a degranulação dos mastócitos com liberação de substâncias inflamatórias, como citocinas, leucotrienos, histamina, TNF-α.
Essa afecção afeta a barreira epidérmica, apresentando defeitos na mesma e na codificação das proteínas de adesão.
Os alérgenos dos ácaros que produzem reação são proteínas de alto peso molecular encontradas tanto no corpo quanto nas fezes desses, e a principal via de entrada é através da pele dos animais.
As áreas mais finas são onde as lesões mais ocorrem, sugerindo que essas sejam susceptíveis à penetração de alérgenos. Mas sabe-se que a penetração no corpo do animal pode ser por via percutânea, inalatória ou ingestão via oral.
A maioria dos autores afirma não haver predisposição sexual, com ocorrência normalmente entre 6 meses e três anos de idade e em algumas raças, percebe-se uma maior incidência, a saber: Boxer, Chihuahua, Yorkshire, Sharpei, West Highland White Terrier, Scotish terrier, Lhasa Apso, Shih tzu, Fox terrier, Pug, Dálmata, Setter, Boston terrier, Golden Retrivier, Labrador Retrivier, Cocker Spaniel, Beagle, Poodle, Schnauzer, Turveren Belga, Shiba Inu e Beauceron.
As principais fontes de alérgenos envolvidos são ácaros de poeira domiciliar, produtos armazenados (produzindo ácaros de estocagem), pólens, esporos de fungos, bolores, antígenos epidermais e insetos.
Dentre os ácaros da poeira encontra-se o Dermatophagoides pteronyssinus e Dermatophaoides farinae, que são considerados os mais importantes, afetando entre 30 e 100% dos cães portadores de dermatite atópica.
O principal sintoma da dermatite atópica é o prurido, responsivo a corticoides, generalizado ou localizado em regiões como face, queixo, focinho, região periocular, regiões flexoras e/ou articulares, interdígitos, abdômen, virilha, pavilhões auriculares e região perianal.
O animal pode desenvolver sinais secundários, decorrentes do prurido e autotraumatismo.
O diagnóstico é baseado no histórico e sinais clínicos, complementados por testes intradérmicos e teste de ELISA, esse último testando IgEs alérgeno-específicos, apresentando boa especificidade e sensibilidade.
Para iniciar o diagnóstico, deve-se excluir as demais afecções que cursam com prurido, como escabiose, foliculites superficiais, transtornos autoimunes e malasseziose.
Para diagnóstico diferencial, deve avaliar também a possibilidade de ocorrência da dermatite alérgica à saliva de pulga e dermatite trofoalérgica (reação adversa ao alimento).
O TECSA dispõe do teste ELISA da Heska®, que mensura os IgE alérgeno-específicos de 24 alérgenos, incluindo os indoors (ácaros de estocagem e poeira, fungos, saliva de pulga e Malassezia pachydermatis) e outdoors (gramíneas, plantas rasteiras, ervas e plantas arbóreas).
O teste é liberado em unidades HERBU e os valores encontrados não necessariamente correlacionam-se com a severidade da doença, sendo que valores iguais ou maiores que 11 HERBU já apresentam nocividade, devendo ser considerados no tratamento do paciente.
Para o tratamento, deve-se levar em consideração a complexidade da afecção e agir nos processos que podem causar a dermatopatia.
Com auxílio do teste diagnóstico deve-se evitar contato com os alérgenos (uso de substância acaricidas; evitar objetos que acumulem poeira; evitar de levar o animal com vegetação abundante; banhos regulares para tirar o pólen e/ou ácaros do pelo).
Pode ser associado o uso de xampus ricos em ácidos graxos essenciais e ceramidas, que não alteram o pH da pele e auxiliam no tratamento, fortalecendo a barreira lipídica epidérmica.
A partir do perfil alérgico do animal, é possível realizar também o tratamento com imunoterapia que consiste na administração de doses crescentes dos alérgenos aos quais o paciente é sensível. Em média, a melhora de sinais ocorre entre seis meses a um ano.
A imunoterapia consiste no único tratamento em que resulta na remissão parcial ou completa dos sinais clínicos sem utilização de medicamentos anti-inflamatórios. Mas é importante ressaltar que a dermatite atópica não tem cura! Para manutenção da boa resposta clínica são necessárias medidas por todo o tempo de vida do animal.
Hipersensibilidade alimentar ou Dermatite trofoalérgica, uma das causas de visitas à clínica
Juntamente com a dermatite atópica e dermatite alérgica à saliva de pulga, essas são as principais dermatites que os clínicos se deparam.
A hipersensibilidade alimentar pode estar associada ou não à dermatite atópica, uma vez que essa última, por ter etiologia genética, pode favorecer o aparecimento dos sintomas de origem alimentar.
Nomeia-se como Reação Adversa ao Alimento (RAA) qualquer resposta clínica anormal ao alimento e pode ser de origem imunológica ou não imunológica.
As reações adversas imunológicas podem ser mediadas por IgE (reações imediatas) ou por IgG (reações tardias). As reações mediadas por IgE são as chamadas alergias verdadeiras, mas no processo de hipersensibilidade alimentar pode ter participação de imunocomplexos mediados por IgG.
O mecanismo de amplificação e desenvolvimento da hipersensibilidade ainda não está bem elucidado, mas sugere-se a diversidade de proteínas oferecidas aos nossos companheiros como possível gatilho.
Qualquer proteína pode-se tornar um potencial alérgeno e ainda não se sabe quais proteínas são os alérgenos mais importantes.
Apenas um percentual da proteína total induz a reação e essa capacidade de indução está ligada à imunogenicidade e a permeabilidade intestinal do animal.
As RAAs podem ter apresentação dermatológica e/ou apresentação gastrointestinal, lembrando que uma significativa parcela de animais pode apresentar as duas sintomatologias. Essas reações adversas não têm predisposição racial, sexual ou relação com idade.
Os sinais dermatológicos são similares com a dermatopatia atópica a alérgenos ambientais.
Os sintomas incluem: prurido, intenso, não sazonal, constante, generalizado ou localizado, responsivo variavelmente à corticoide.
Quando localizado, ocorre nas orelhas, patas, região inguinal e/ou axilar e face. Muitos animais apresentam otite (uni ou bilateral).
Os sintomas gastrointestinais incluem: diarreia, vômito, tenesmo, flatulência, perda de peso, prurido anal, inapetência e desconforto/dor abdominal.
Os diagnósticos diferenciais abrangem a dermatite atópica e dermatite alérgica à saliva de pulga, principalmente. Mas devem ser consideradas também as erupções medicamentosas, dermatites alérgicas por contato, infecção bacteriana primária, malasseziose, escabiose, pediculose, doenças autoimunes e linfomas epiteliotrópicos.
3 Verdades sobre a Alergia Alimentar
A primeira delas é que não se sabe quais alimentos tem maior relevância na alergia alimentar. O motivo ou gatilho para o desenvolvimento da alergia alimentar ainda não está bem elucidado.
A grande variedade de alimentos que oferecemos aos nossos animais podem ser a razão. Uma ração super premium pode ter até 50 ingredientes diferentes, nos mostrando a quantidade e variedade de ingredientes que oferecemos a eles em uma única refeição.
Entretanto, oferecer somente um alimento aos companheiros também não diminui a chance de desencadear o processo.
As proteínas possuem diversos epítopos, e até mesmo a utilização de somente uma fonte proteica pode levar o animal à hipersensibilidade alimentar.
Além disso, os animais podem apresentar reações a mais de um grupo de alérgenos ou ter reações cruzadas com outros antígenos alimentares do mesmo grupo.
A segunda verdade é que a cocção por si só não constitui uma forma de prevenção. Cozinhar os ingredientes pode aumentar ou diminuir a imunogenicidade do alérgeno.
Algumas proteínas animais são termoestáveis, o que não mudaria a sua capacidade antigênica, e outras são termolábeis, o que poderia contribuir para mudanças na antigenicidade, expondo mais epítopos.
Em relação aos vegetais, os compostos proteicos desses ingredientes são facilmente inativados pelo cozimento e pelo congelamento por algumas semanas.
Os alimentos vegetais apresentam imunogenicidade somente quando frescos e costumam causar uma certa confusão na interpretação dos testes cutâneos.
Dessa forma, para proteínas de origem animal, a cocção poderá não trazer auxílio, sendo a exclusão de tal fonte a única forma de fato eficaz.
A terceira é em relação a um sintoma que ocorre nas hipersensibilidades alimentares: a otite.
Como dito anteriormente, a otite pode ser uni ou bilateral, e em uma parcela de animais esse pode ser o único sintoma. Afecções auriculares resistentes, não resolutivas aos tratamentos estabelecidos, com prurido, pode ser um sinal para investigação da alergia alimentar.
Viu como esse tema é importante? A hipersensibilidade alimentar deve estar entre as possibilidades diagnósticas nas afecções dermatológicas que chegam à clínica veterinária.
3 Mitos sobre Alergia Alimentar
Mito 1: Todas as reações adversas ao alimento são reações alérgicas?
Não. As reações adversas podem ter origem imunológica ou não imunológica. As reações imunológicas envolvem a hipersensibilidade (tipo I, tipo III e tipo IV) e processos anafiláticos (hipersensibilidade do tipo I, porém aguda).
Já os processos adversos não imunológicos, envolvem as intoxicações e as intolerâncias, que podem ser originadas da deficiência de enzimas digestivas, reações farmacológicas ou reações idiossincráticas, essas últimas tendo sintomas clínicos similares à alergia alimentar, porém, sem envolvimento imunológico.
As intolerâncias não requerem amplificação imunológica e podem ocorrer após uma única exposição a um ingrediente.
Mito 2: Oferecer um único alimento para o animal pode prevenir o desenvolvimento da alergia alimentar?
Não. A sensibilização ao antígeno alimentar (geralmente um componente da dieta básica) pode levar mais de um ano – até dois anos ou mais – com os sinais clínicos aparecendo tardiamente.
Essa capacidade de induzir a sensibilização ao antígeno, como disse anteriormente, depende da característica imune do composto proteico ou de alguma falha na permeabilidade intestinal.
Além disso, não é somente a qualidade do alimento que pode predispor a problemas alérgicos, mas também características individuais do animal.
Mito 3: Os animais com hipersensibilidade alimentar apresentam os sintomas logo após a ingestão do alimento?
Não. Uma vez que os mecanismos imunológicos envolvidos no processo não são unicamente mediados por IgE, mas também por imunocomplexos formados por IgG, o animal pode ter manifestação clínica após dias da ingestão do alimento potencialmente agressor.
As reações imediatas (hipersensibilidade do tipo I) envolvem predisposição genética, produção de IgE e degranulação de mastócitos.
Essa reação acontece minutos ou horas após o contato com o alérgeno alimentar, sendo mais visível para o tutor, com consequente relato na clínica. Já a reação de hipersensibilidade mediada por IgG, envolve imunocomplexos que fixam complemento.
Esses complexos podem se depositar em tecidos, e casos esses se depositem na pele, eles desencadeiam resposta inflamatória e sinais relacionados (principalmente prurido). Ao depositarem no sistema gastrointestinal, observa-se sintomas ligados ao trato gástrico, e o animal pode ter diarreia e vômito, principalmente.
A hipersensibilidade alimentar parece complexa, né? Mas não é.
Depois de verificado os casos onde deve ser avaliado esse diferencial, e com auxílio de exames complementares adequados, você vai perceber que esse diagnóstico será descomplicado. Até a próxima!
Como diagnosticar a alergia alimentar?
Agora vamos a uma parte fundamental no processo de investigação dos animais com hipersensibilidade alimentar: o diagnóstico!
Para isso, é necessário seguir alguns passos.
Como o quadro dermatológico pode não ser muito específico, o ideal é descartar as dermatopatias de origem parasitária, bacteriana ou até mesmo a sensibilidade aos alérgenos ambientais.
Podem ser associados exames parasitológicos (tais como raspados), exames micológicos (pesquisa direta e cultura fúngica), histopatológico de lesão, além de testes para investigação da alergia ambiental.
Deve-se atentar também para outras dermatites alérgicas, como dermatite alérgica à saliva de pulga e dermatite alérgica por contato.
Os casos de alergia alimentar a um imunógeno específico podem parecer mais fáceis de diagnosticar, uma vez que o tutor consegue perceber os sintomas logo após a ingestão do alimento.
Entretanto, mesmo nesses casos e, principalmente, naqueles em que o animal faz uso de rações comerciais ou não ingere somente uma fonte proteica, uma investigação clínica mais complexa faz-se necessária.
Para tal, a avaliação do histórico alimentar deve ser cuidadosamente revisada com os seguintes objetivos: levantar quais alimentos podem estar associados à alergia e determinar quais ingredientes nunca foram utilizados na alimentação do paciente.
Devem ser levantados todos os alimentos, incluindo brinquedos mastigáveis, petiscos, biscoitos, suplementos, medicamentos palatáveis e outras fontes alimentares que o animal possa ter acesso.
O método diagnóstico de escolha consiste em realizar uma dieta de eliminação seguida da dieta de provocação.
O animal deve receber uma dieta especial que contenha uma fonte proteica que nunca tenha sido administrada anteriormente.
O diagnóstico confirma-se quando há uma melhoria do quadro clínico do animal seguida de piora quando há reintrodução da dieta antiga.
Essa dieta de eliminação é composta por uma única fonte proteica e uma única fonte de carboidrato, sem aditivos, corantes e conservantes.
A duração da dieta de eliminação é variável, sendo de no mínimo de 6 a 8 semanas.
Após a dieta de eliminação, com consequente melhora clínica do paciente, esse será exposto a dieta antiga e, para confirmação do diagnóstico, os sintomas devem reaparecer com a reintrodução da dieta anterior.
O período de tempo em que são observados os sintomas pode variar de uma hora a duas semanas.
Dessa forma, é recomendado que essa seja estabelecida por no mínimo duas semanas.
O teste de provocação é fundamental no processo de investigação, uma vez que uma grande parcela dos animais não tem recaída quando reintroduzida a dieta, evidenciando não se tratar de alergia alimentar.
Existem testes intradérmicos em que extratos alimentares suspeitos são inoculados e avaliados, após 15 minutos, se houve formação de pápulas.
Entretanto, o teste intradérmico não avalia as reações de hipersensibilidade do tipo II, III e IV, limitando a investigação às reações mediadas por IgE, tornando incerto o diagnóstico em cães.
Outro ponto importante que pode interferir no diagnóstico através dessa técnica, é que somente os órgãos alvos podem ser sensíveis ao antígeno e a pele pode não reagir a esses testes, gerando um falso negativo.
Outro mecanismo auxiliar no diagnóstico dessa alergia são as provas sorológicas. Essas são inovações que o TECSA Laboratórios disponibiliza, consistindo em um teste ELISA que mensura IgE e IgG (subclasse I, II, III, IV) específicos para 12 compostos de origem animal e 12 compostos de origem vegetal.
Os componentes de menor reatividade são indicados na escolha da dieta de eliminação, e a interpretação das reações é avaliada individualmente.
Essa ferramenta é prática e de grande valia na investigação clínica, tornando o processo diagnóstico da dieta de eliminação/provocação mais preciso e ágil.
Na nossa próxima conversa, vou trazer maiores informações sobre como utilizar/interpretar o teste de reação alimentar canino no diagnóstico da alergia alimentar, além de maiores dados sobre o funcionamento desse exame.
Como Prevenir e Tratar a Alergia Alimentar
Existe formas de resguardar meu paciente dessa afecção?
Como posso tratar meu paciente com alergia alimentar?
Vamos lá!
Fatores que contribuem para a tolerância imunitária podem favorecer o desenvolvimento da hipersensibilidade alimentar.
Como dito anteriormente, não só a qualidade do alimento que pode predispor a alergia alimentar, mas também fatores individuais, dificultando a prevenção dessa afecção.
Ter conhecimentos sobre fatores predisponentes pode auxiliar no direcionamento e uma menor chance de sensibilização, lembrando que mesmo com todos os cuidados sobre esses fatores, a possibilidade de ocorrência da hipersensibilidade alimentar não pode ser excluída.
Tais fatores são: má digestão, problemas de permeabilidade intestinal, vacinações e atopia.
Um defeito na digestão pode expor o sistema imune a uma maior quantidade de antígenos, além de proteínas com maiores pesos moleculares, que exibem maior número de epítopos.
Isso explica porque doenças que levam a má absorção, como doença inflamatória ou pancreatite exócrina, podem levar ao desenvolvimento de alergia alimentar.
As vacinações provocam um aumento da síntese de IgE, o que pode elevar a chance de aparecimento da alergia.
De maneira similar, os animais atópicos podem desenvolver mais facilmente a hipersensibilidade, uma vez que a atopia tem fundo genético e esses animais são mais predispostos a reações alérgicas, seja de origem ambiental ou alimentar.
O tratamento mais efetivo consiste em evitar os alimentos imunógenos identificados como agressores.
Deve ser baseado em controle diário da alimentação do animal alérgico. Brinquedos mastigáveis, medicações e vitaminas devem ser certificadas de que contenham substâncias seguras conhecidas.
Os animais que têm acesso a rua devem ser rigorosamente controlados para não ingerirem alimentos desconhecidos.
Para manutenção dos pacientes alérgicos podem ser utilizadas dietas caseiras ou dietas comercias hipoalergênicas.
As dietas caseiras devem ser suplementadas com vitaminas, minerais e ácidos graxos, garantindo uma dieta nutricionalmente adequada.
Associado a dieta apropriada podem ser utilizadas terapias secundárias para tratamento dos sintomas relacionados ao prurido ocorrente, como controle e prevenção de infecções secundárias, banhos periódicos com controle de infecções auriculares, controle efetivo de ectoparasitos e terapia com anti-histamínicos, caso necessário.
Suplementos orais com ácidos graxos podem reduzir a sintomatologia clínica.
A terapia com corticoides deve ser evitada uma vez que podem desenvolver efeitos colaterais secundários ou sistêmicos, além da hipersensibilidade alimentar ser variavelmente responsiva a esse tipo de terapia.
Lembrando que animais diagnosticados com alergia alimentar não devem ter contato com o alimento agressor, uma vez que o animal já sensibilizado pode desenvolver sintomas ao menor contato com esse alérgeno, e devem realizar consultas periódicas para assegurar que continue assintomático.
5 Diferenciais do TECSA na Alergia Alimentar
Agora que já sabemos a importância das reações adversas ao alimento e como podemos fechar o diagnóstico dessa afecção, vamos conversar sobre os diferenciais do teste de reação alimentar canino e porque você pode contar com o TECSA para auxiliar o direcionamento clínico.
- Agilidade: O exame com 24 compostos (12 de origem animal e 12 de origem vegetal) é entregue em até 7 dias úteis. O painel é liberado em score que varia de 0 a 200, já em ordem crescente para a escolha dos compostos para alimentação adequada do paciente.
- Precisão no diagnóstico: O painel é individual e baseado no perfil específico do paciente. Ao ter em mãos quais ingredientes são os que apresentam menor reatividade, o procedimento da dieta de exclusão/eliminação fica mais preciso e acurado, agregando rapidez diagnóstica. O teste possui bloqueio dos anticorpos anti-CCD presentes nos soros dos pacientes. Os CCDs (Cross-reactive Carbohydrate Determinants) são encontrados na maioria dos alimentos vegetais e podem induzir reações IgE e IgG, desencadeando reações cruzadas inespecíficas irrelevantes, por isso, a importância de bloquear tais determinantes carboidratos de reações cruzadas.
- Exame minimamente invasivo: Para a realização do exame, são necessários somente 2 mL de sangue total em tubo de tampa vermelha ou 1 mL de soro. Dessa forma, o painel pode ser solicitado sem a necessidade de o animal ficar por muito tempo na clínica, com um procedimento simples de coleta venosa. Além disso, não há necessidade de realização de testes intradérmicos, que podem ser inconclusivos.
- Confiança: O TECSA possui mais de 20 anos de atividade na área laboratorial diagnóstica, atuando fortemente na execução e inovação, lado a lado com o veterinário clínico, oferecendo opções confiáveis e precisas nas conclusões clínicas.
- Qualidade: O teste de reação alimentar canino é produzido na Suíça, pela HESKA®, empresa amplamente conhecida na produção de kits para detecção de processos alérgicos (ambientais e alimentares), além da qualidade na produção de imunoterapias para tratamento de alergias ambientais.
Viu como contar conosco é a melhor opção?
Mais uma novidade TECSA Laboratórios
A escolha de fontes proteicas para uma dieta de eliminação é um processo arbitrário.
A decisão sobre quais componentes alimentares serão utilizados é frequentemente uma questão de observação, experiência, tentativa e erro.
É difícil obter informações precisas sobre itens alimentares ingeridos anteriormente. Embora a prescrição de dietas seja útil, elas não permitem a identificação das fontes de proteínas alergênicas.
Uma abordagem inovadora para identificação de combinações de diferentes reações imunes contra proteínas alimentares
O Teste de Reação Alimentar Canino (canine Food Reaction Test, cFRT) oferecido pelo TECSA é uma abordagem inovadora para identificação de combinações de diferentes reações imunes contra proteínas alimentares.
É um teste de reatividade e não um teste alérgico.
O cFRT avalia o status de reatividade do paciente contra componentes alimentares através de classificação em escores, que podem variar de baixo a alto para um conjunto de diferentes reações humorais (IgE, IgG subclasses 1-4). A graduação para as reações pode variar entre 0 e 200.
Os componentes de menor reatividade são indicados para formulação de dietas ou na seleção de dietas comerciais. A realização do teste aplica-se somente à espécie canina.
Os Determinantes Carboidratos de Reação Cruzada (Cross-reactive Carbohydrate Determinants, CCDs) são encontrados na maioria dos alimentos vegetais e podem induzir reações IgE e IgG.
A prevalência de positividade para reações desencadeadas por CCDs pode chegar a 80% em pacientes com alergia alimentar. As reações anti-CCDs interferem na mensuração específica de IgE e IgG e caracterizam reações irrelevantes, dificultando a determinação de componentes proteicos alergênicos.
Uma das grandes vantagens do cFRT é o bloqueio dos anticorpos anti-CCD presentes no soro do paciente, visando prover maior acurácia dos resultados do teste.
A interpretação das reações é avaliada individualmente e não há valor de corte para o teste. O cFRT indica os componentes alimentares que o paciente apresenta menor reatividade.
O teste pode ser utilizado como orientação para a composição da dieta de eliminação ou restrição, formulação dietética e na seleção de dietas comerciais (dietas hipoalergências ou hidrolisadas).
TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR C/24 INGREDIENTES (Cód. 971)
Material a ser enviado: Sangue total 3,0 mL ou 1,0 mL de soro sem hemólise colhido em tubo de tampa vermelha. Manter em refrigeração (2-8°C) ou enviar o soro congelado.
Prazo de liberação: 7 dias
Obs.: Em casos de pacientes submetidos à corticoterapia, recomenda-se interromper a administração deste medicamento (desmame terapêutico) e aguardar de 7 a 10 dias para a coleta do material.
Dra. Natália Lemos